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“Que impactos pode ter a barragem de Belo Monte, no rio Xingu?
Seria inundada uma área equivalente ao município de Porto Alegre, causando a seca de cerca de 100km do Rio Xingu, rio da bacia amazônica, ainda virgem (sem barramentos) e vital à biodiversidade da região amazônica, e que já sofre a ameaça de forte desmatamento e migração (100 mil pessoas em busca de empregos temporários). Provocaria a construção de outras barragens para manter a regularidade da disponibilidade hídrica do rio Xingu, durante o ano inteiro.
Mais de 30 mil pessoas, em parte os indígenas do Xingu, seriam obrigadas a deixar suas terras, perdendo seus estoques de peixes nativos de corredeiras, riqueza esta equivalente ao número de espécies de peixes de toda a Europa. Ocorreria emissão de CH4 (metano) e CO2, que são os principais gases do efeito estufa, causando a liberação de um valor maior do que uma termelétrica movida a combustível fóssil, por, pelo menos, 42 anos ! (Philip Fearnside, 2010)
| Quem ganha com a energia e a construção de MEGA HIDRELÉTRICAS no Brasil? Que tipo de desenvolvimento é esse que condena à morte nossos rios e viola os direitos dos povos indígenas e dezenas de milhares de ribeirinhos? |
Cerca de 30% da energia gerada no Brasil é exportada na forma de produtos primários, com baixo valor agregado (alumínio, minério de ferro, etc.). O BNDES financiará 80% da obra de Belo Monte (mais de 20 bilhões de reais) com dinheiro do FGTS e fundos de pensão. Por que não investimos parte desses bilhões em pesquisa para alternativas energéticas (solar, eólica, biomassa, etc.), saneamento, educação, saúde e habitação ecoeficiente?
| O Brasil não precisa do Complexo Hidrelétrico Garabi-Panambi, da Hidrelétrica Pai Querê, nem de Belo Monte!! |
1) Você sabia que no Brasil, perdem-se 17% na transmissão de energia (10% a mais do que em outros países, ou seja, um valor absurdo que equivale ao projeto da Usina de Belo Monte)?
2) Você sabia que no Brasil podem ser agregados 15% por meio de substituição de tecnologias ultrapassadas nas hidrelétricas já construídas (repotenciação), juntamente a programas de maior eficiência energética de uso domiciliar de equipamentos, por exemplo, substituindo-se o uso de chuveiros elétricos por outras formas mais inteligentes de aquecimento de água, em um país eminentemente tropical?
3) Você sabia que podemos gerar dez vezes mais energia por usinas eólicas e coletores solares, de forma descentralizada, utilizando também a energia de resíduos vegetais e outros tipos de biomassa, em sistemas de baixo impacto?
| A ENERGIA HIDRELÉTRICA NÃO É ENERGIA LIMPA porque destrói florestas e outros ecossistemas, mata rios, ocupa e destrói territórios de populações tradicionais, comunidades inteiras, produz grandes quantidades de gases de efeito estufa e propaga espécies invasoras, como no caso do mexilhão-dourado. |
No Brasil, nossos rios estão sendo leiloados. Os 61 grandes projetos de hidrelétricas no Brasil poderão desmatar mais de 5.300 mil km2 (meio milhão hectares) nos próximos anos (O Globo, 10-01-2011). Os rios brasileiros, mesmo aqueles considerados em Áreas Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade (MMA, 2007), estão virando escadas de lagos artificiais, com águas paradas e sem vida. Essas barragens extinguem espécies de animais e vegetais, e já desalojaram mais de um milhão de pessoas, no Brasil. O IBAMA e outros órgãos ambientais estaduais, infelizmente, estão tornando-se muito mais correia de transmissão de setores econômicos governamentais e empresariais, que não estão nada preocupados com a conservação da biodiversidade e dos avanços da legislação brasileira no campo socioambiental.
QUEREMOS ZONEAMENTOS DE BACIAS E ÁREAS SEM BARRAGENS!
Que Brasil estamos deixando para nossos filhos e netos?"
INGÁ, NAT – Amigos da Terra, IGRÈ, Diretório Acadêmico dos estudantes da Biologia da UFRGS (www.inga.org.br; www.sosriopelotas.wordpress.com)
